Pavilhão da Holanda na Bienal de Veneza 2018 aborda as implicações das novas tecnologias no espaço construído

Como parte da cobertura da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2018, apresentamos a proposta para o Pavilhão Holandês. Abaixo, os participantes descrevem sua contribuição com suas próprias palavras.

O Museu Het Nieuwe Instituut, uma das principais instituições acadêmicas da Holanda focada em arquitetura, design e cultura digital, apresentará "TRABALHO, CORPO, LAZER", a proposta holandesa para 16ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza. Intitulada de "FREESPACE", a exposição curada pela arquiteta e pesquisadora Marina Otero Verzier foi encomendada pelo Het Nieuwe Instituut. O projeto expositivo para o Pavilhão holandês de 2018 aborda as configurações espaciais, as condições de vida humana e o sentido háptico, provocado pelas configurações espaciais correlatas às condições de trabalho no mundo contemporâneo. O projeto busca fomentar o desenvolvimento de novas experiências criativas no campo da arquitetura em resposta às novas tecnologias.

DA NOVA BABILÔNIA AO PORTO DE ROTTERDAM

A Holanda tradicionalmente tem investigado e explorado novas possibilidades espaciais, reconhecendo o enorme potencial que as novas tecnologias proporcionam para a transformação das relações humanas nos ambientes de trabalho. Como ponto de partida, em seu projeto "Nova Babilônia" (1956-1974), o arquiteto e artista holandês Constant Nieuwenhuys propôs um novo paradigma para a arquitetura dos espaços livres e de lazer através da automação. Nieuwenhuys vislumbrava uma sociedade dedicada à criatividade e ao lazer, aonde cada indivíduo poderia projetar seus próprios espaços. Em uma conferência realizada em 1980, Nieuwenhuys declarou: "a automação é uma condição material e viável para a arquitetura".

Mais de trinta anos depois, projetos de arquitetura completamente automatizados estão sendo implantados em todo o país. Desde a infra-estrutura logística do porto de Roterdã, passando pela lógica das relações que definem a paisagem física e cultural das cidades até a paisagem agrícola no interior da Holanda. Refletindo sobre um espectro teórico de ideias, incluindo a proposta de sociedade criativa de Nieuwenhuys, livre das relações opressoras de trabalho; a recente premissa "tecno-otimista" de que através da automação alcançaremos uma vida mais plena; e o seu contraponto de que a automação criaria mais desemprego e desigualdade, WORK, BODY, LEISURE afirma que isso tudo já é realidade, que a automação vem desde algum tempo moldando as nossas estruturas de trabalho contemporâneas e, em última análise, nossa capacidade de reprojeta-las de acordo com um novo conjunto de princípios éticos.

WORK, BODY, LESIURE segue a linha de pesquisa "Paisagens Automatizadas", lançada pelo Instituto Het Nieuwe no ano passado, uma iniciativa colaborativa à longo prazo sobre as implicações da automação no ambiente construído das cidades da Holanda.

A curadora Marina Otero Verzier trabalhou em conjunto com um grupo de arquitetos, designers, historiadores e teóricos, cujos trabalho são referências para um entendimento crítico das novas tecnologias de automação e suas implicações no ambiente construído. Cada um dos colaboradores é responsável por um projeto de intervenção que fará parte da exposição coletiva, a qual dialoga diretamente com os projetos desenvolvidos como parte do programa mais amplo de pesquisa do Instituto.

O curador e apresentador de rádio Amal Alhaag, em colaboração com o Research Center for Material Culture (RCMC), aborda as tecnologias voltadas ao corpo humano e como elas se tornam conceitos de um corpo ciborgue, escravizado e etnográfico. A historiadora e teórica de arquitetura, Beatriz Colomina, reexamina a cama como um projeto de arquitetura na era das mídias sociais, como um espaço para a prática profissional que transforma as relações trabalho. Os arquitetos e pesquisadores Marten Kuijpers e Victor Muñoz Sanz exploram a arquitetura automatizada da cidade de Roterdã e em aglomerados agrícolas na Holanda, em conjunto com a Het Nieuwe Instituut e a TU Delft. A designer e pesquisadora Simone C. Niquille desvenda os parâmetros embutidos nos softwares de design, que moldam os espaços de trabalho contemporâneos, otimizando a ergonomia para uma maior eficiência e interações homem / máquina. Finalmente, o historiador de arquitetura e teórico Mark Wigley revisita a Nova Babilônia e discute sua proposta de uma arquitetura alternativa para uma sociedade utópica na qual o trabalho humano se torna supérfluo.

Cortesia de Het Nieuwe Instituut
Sobre este autor
Cita: AD Editorial Team. "Pavilhão da Holanda na Bienal de Veneza 2018 aborda as implicações das novas tecnologias no espaço construído" [Dutch Pavilion at 2018 Venice Biennale, WORK, BODY, LEISURE, to Address Automation and Its Spatial Implications] 09 Abr 2018. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/891845/pavilhao-da-holanda-na-bienal-de-veneza-2018-aborda-as-implicacoes-das-novas-tecnologias-no-espaco-construido> ISSN 0719-8906

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